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quinta monroy

Desde a década de 1960, um agrupamento de residências irregulares formado majoritariamente por migrantes, se situava no centro urbano de Iquique, Chile. Esse aglomerado de residências se localizava no que antes era conhecido com Rancho Monroy, um terreno administrado por um proprietário conhecido pelas famílias que ali moravam como Sr. Monroy. Ele implementou um negócio imobiliário no limite da legalidade, onde acolhia famílias em situação de vulnerabilidade e não tinham para onde ir distribuindo parcelas do terreno em troca de um aluguel mensal.

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 Mapa do Rio de Janeiro

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Localização do objeto de estudo

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a quintA DE 1960 - 2004

A quantidade de famílias que começaram a habitar o rancho aumentou consideravelmente gerando uma situação de um aglomerado de residências não regularizadas que abrigavam uma comunidade diversa e vulnerável de trabalhadores e suas famílias e que aos poucos foram conseguindo se estabelecer.

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As condições dos abrigos eram precárias, 60% deles carecia de condições ideais de iluminação e ventilação natural. O assentamento também era vulnerável a incêndios e faltavam infraestruturas básicas de saneamento, água e eletricidade, apesar de que ocorriam algumas conexões de para obtenção destes de forma informal.

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Rancho Monroy, 2003

A nova quinta monroy

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Em 2002 a Quinta Monroy já era ocupada por uma comunidade formada por cerca de 100 famílias, todas em situação irregular e carecia de uma estrutura mais concreta. No início do século XXI o governo chileno iniciou uma série de programas como forma de lidar com o déficit habitacional e de estimular o fortalecimento de comunidades em seus bairros e descentralizar as iniciativas de desenho e construção da moradia social.

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É nesse contexto em que o projeto de regularização da Quinta Monroy entra em ação, sendo administrado pelo grupo de arquitetos Elemental comandado por Alejandro Aravena. Inicialmente o Estado pretendia realocar as mais de 100 famílias para um outro terreno de 5000m², porém o grupo Elemental propôs um adensamento em forma de habitações personalizadas em série, garantindo a permanência dessas famílias no local de centralidade que ali viveram durante anos.

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Com um orçamento limitado de US$7500 ao invés do grupo de arquitetos pensar em um módulo de habitação e replicá-lo 100 vezes, eles buscaram um projeto que fosse o melhor edifício de US$7500, já com os equipamentos essenciais já estruturados e que o restante da casa fosse construído e expandido ao longo dos anos pelos próprios moradores.

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Objetivos da elemental

A Elemental tinha 4 principais objetivos com a construção da Quinta Monroy:

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-  O estabelecimento oficial dos habitantes, em uma área urbana consolidada

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-  Que as expansões das habitações não promovessem uma degradação da vizinhança

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Que as expansões fossem econômicas e seguras

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-  Que o design fosse feito com a participação da comunidade

Durante a construção das habitações os moradores foram realocados para outra região, mas a Elemental realizou um processo participativo de forma que os moradores fossem ouvidos, sendo sempre consultados na tomada de decisões importantes como a definição de layout, a escolha do tipo de habitação e visitas a obra. Como a ideia projetual era fazer com que os habitantes se responsabilizassem pela expansão de suas habitações, não havia garantia de que no futuro não haveria distorções ou deteriorizações dos módulos habaitacionais e da vizinhança como um todo

habitações e tipologias

A Quinta Monroy é um complexo de 93 unidades de habitação organizadas em 4 pátios promovendo a interação de seus moradores e mantendo relações de afinidade estabelecidas previamente a implementação do projeto. Em um esquema modular, cada unidade de habitação possui uma dimensão de 3x6m, e foram executados dois tipos de tipologias.

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34 habitações foram construídas seguindo a tipologia 1, lançadas a nível térreo ocupam três módulos (54m²) dois construídos e um a ser construído. As unidades inferiores apresentam um jardim de 27m² que poderia ser ocupado em 60% de sua área para promover uma extensão da habitação, fazendo-a alcançar uma metragem de 70m².

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O restante das habitações, um total de 59, seguiram o padrão da tipologia 2, que consistem em unidades duplex construídas acima das habitações da tipologia 1. Cada duplex teve 2 módulos construídos pela Elemental (36m²) e outros dois disponíveis para uma futura extensão podendo chegar a um total de 72m²

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tipologia 1

tipologia 2

expansões das habitações

Devido a projeção de futuras expansões realizadas pelos moradores, no projeto entregue em 2005, foram fornecidas as estruturas necessárias para que as expansões ocorressem de forma segura sem risco de colapsos em caso de terremotos. A Elemental providenciou diretrizes para que essas expansões das habitações fossem realizadas de forma correta e segura, sugerindo materiais leves a serem empregados nelas.

 

Apesar dessas diretrizes, as expansões não foram controladas pelos projetistas, o que fez que durante os 12 anos de existência da Quinta Monroy, algumas das extensões de habitações fugissem do design que havia sido inicialmente planejado pelos arquitetos, gerando volumes não planejados para existirem na vila. Algumas casas fizeram expansões para o pátio principal, outras viradas para a rua também ocuparam a parte frontal da calçada e 30 das 34 habitações de tipologia 1 ocuparam seus jardins, 23 delas ocupando mais de 60% da área disponível o que gerou certa preocupação nos arquitetos em relação aos níveis de iluminação e ventilação natural. Algumas habitações de tipologia 2 chegaram a ultrapassar a altura prevista com a construção de um terceiro andar.

BibLiografia

DA ROCHA, Ana Beatriz; REIS, Paulo. Uma ‘Maravilha’ de cenário: a construção de uma nova identidade para a Zona Portuária no Rio de Janeiro. São Paulo. V Coloquio Internacional sobre o Comércio e Cidade: Uma Relação de Origem

BASTOS, Paulo. O Legado Negado: notas sobre as promessas não realizadas no Porto Maravilha. Disponivel em: <http://nephu.sites.uff.br/wp-content/uploads/sites/457/2019/11/O-legado-negado-notas-sobre-as-promessas-n%C3%A3o-realizadas-no-Porto-Maravilha.pdf>

ORLANDI, Nana. O Projeto “Porto Maravilha” e a transformação espacial da Zona Portuária do Rio de Janeiro. Departamento de Geografia e Meio Ambiente

https://www.data.rio/apps/uso-do-solo-1/explore

https://apublica.org/2016/08/a-outra-historia-do-porto-maravilha/

https://apublica.org/2016/05/o-maior-misterio-da-olimpiada/

http://portomaravilha.com.br/portomaravilha

https://rioonwatch.org.br/?p=44800

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